sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Guerrinha

Sabe o que há de interessante nesta guerra declarada entre Dilma e Serra? O fato de pela primeira vez estarmos constatando de que em toda a historia da democracia jamais tivemos a oportunidade de votar naquele que é realmente bom, mas naquele que é menor pior. E sabe o que há de maravilhoso no fato do Tiririca ter sido eleito? Pela primeira vez em toda a história da democracia, teremos um verdadeiro representante do povo, nesse caso, nada melhor e mais autêntico do que um palhaço…

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dr. Vinicius

Li com indignaçao sua carta, li com uma auto afirmaçao negra e infeliz a certeza de que vivemos num pais abandonado, li com uma tristeza cortante um relato desesperado de um, de apenas uma minoria que ainda tem vergonha na cara.
Vi em suas palavras a ingloria de participar de uma classe onde existe uma parcela de pessoas desgraçadas e infelizes, que esfregam seus diplomas sujos de sangue na cara daqueles que mal sabem ler e que precisam traduzir aquelas letras ridiculas e infames que colocam nos receituarios.
senti em seu desabafo o cheiro da podridao generalizada que se instalou nos diversos e infindaveis espaços publicos que sao pagos pelo povo trabalhador, o mesmo povo que eles tratam como cachorros e cadelas e que inconvenientemente levam suas crias pulguentas para ve-los, atrapalhando as fofocas e novidades dos "reality shows", senti o frenesi do desejo louco de poder pegar um aviao e ir pessoalmente cuspir no meio da cara daquelas pessoas citadas as quais nao se pode chamar de "humanas".
Entretanto minha indignaçao nao vale nada, tampouco a sua meu querido Dr Vinicius, afinal de contas vivemos num pais onde o povo ja esta tao acostumado a sofrer, que se ficar sem sua dose diaria de tragedias pessoais, humilhaçao, e dor chega a sentir falta.
As geraçoes antigas destruiram o planeta, mas quando algo nao correspondia seuas espectativas eles lutavam, travavam suas batalhas pessoais, morriam enforcados, se colocavam na frente de tanques ou simplesmente pintavam a cara e saiam as ruas, depondo o poder. Hoje o que chamamos de geraçao do amanha, nao podia ter outra designaçao, se preocupam com as novidades da tecnologia, uma banda larga mais rapida, os melhores videos do youtube e paqueras cegas do orkut.
Estamos nas maos de uma meia duzia de malditos, que nao permitem que uma pessoa negativada entre no mercado de trabalho pra honrar suas contas, mas deixa que uma desgraçada, vil, mesquinha, e surtada esteja colocando suas maos imundas em inocentes, manchando a vida de uma familia e uma naçao inteira de sangue.
Hoje sou mae da pequena Ana Larissa, meu marido o pai e meus filhos, seus irmaos; assim como o sr. Dr foi o pai antes.Hoje somos todos pais e maes daquela pequena vida negligenciada não apenas por uma "coisa" como a médica, ela foi negligenciada, ignorada e abandonada pelo poder publico, estadual e federal, e por sua corja de prostitutos que se vendem a qualquer preço.
E se existe consolo pra isso, talvez nos baste a certeza de ela estar num mundo onde nao anoitece, mas mesmo assim pode se ver estrelas, onde ela se regozijara rolando sobre as nuvens, onde ela jamais precisara sentir medo novamente. A pergunta é: para onde todos eles irão, quando a vida deles passar a valer menos do que valem?
Meus sentimentos a todos nós que perdemos uma filha.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Sobre o aborto

Aos brasileiros podemos dar todo tipo de adjetivos, mas hipócritas ainda não sei se podemos aplicar, a não ser é claro aos políticos, eles inegavelmente se vendem a qualquer preço a Deus ou ao demônio, o que lhes for conveniente para se eleger, a verdade é que no famoso jogo de empurra, estão de fato se negando a por em discussão assuntos que são de extrema importância, e a bola da vez no que tange a assuntos indiscutíveis são: o aborto, casamento gay e liberação da maconha (hahahahaha), primeiro devo dizer que sou totalmente a favor do aborto, com restrições é claro.


Eles em seus dramas monumentais não estão se dando conta de que o aborto já se tornou e há muito tampo assunto de saúde publica, primeiro porque o fato do aborto ainda ser criminalizado não é de nenhuma forma indicador de que ele não acontece, clinicas degradadas, meninas que enfiam ramos de mamona e agulhas de tricot em seus próprios úteros se espalham por cada viela pobre dos arredores do país, medicamentos proibidos que induzem o aborto continuam sendo “top de vendas” em camelôs que acortinados por meias e luvinhas continuam passando inocentemente pela fiscalização e crianças mal-formadas continuam sendo descartadas pelos lixões; estou falando de coisas as quais estamos acostumados a ver em noticiários e isso as torna mais fácil de engolir, mas há um lado que apesar de parecer ser menos dramático do que o aborto ( pelo menos no ponto de vista de alguns) é ainda mais obscuro do que impedir o progresso de uma gravidez. Quantas meninas estão sendo jogadas na rua pelos próprios responsáveis nesse momento por que decidiram não abortar,? Quantas mães estão vendendo suas crias porque concluíram que mais uma boca pra alimentar não era possível, quantas mulheres agora estão desesperadas por ter descoberto alguma doença irreversível em seus filhos e que serão obrigadas a olhar os olhos dele antes de perdê-lo quantas crianças serão marginalizadas por terem a infelicidade de nascerem em famílias não assistidas pelo governo, é disso que estou falando e esse lado não esta sequer passando nas cabecinhas de nossos comandantes.

Em paises muito mais desenvolvidos paga-se montantes de dinheiro para incentivar a natalidade, caso da Inglaterra, qualquer criança nascida em solo inglês estará sob a assistência do governo e protegida financeiramente ate a maioridade. No Brasil, será mais fácil ganhar na mega sena do que encontrar um pediatra nos postos disposto a atender decentemente uma família, esta é a grande diferença, o abismo que nos coloca cada vez mais distante de paises como a Inglaterra.

Eu mesma depois do meu quarto filho decidi que estava na hora de fazer uma laqueadura, abandonando o sonho de ter uma garotinha, passei os quatro últimos meses da gestação andando de lá pra cá, em cartórios, juntando uma documentação absurda que gerou um calhamaço de 14 folhas de papel (SUS né) pra chegar na hora do parto, me dizer que “não temos tempo, nem equipamento para fazer uma cesárea só por causa de uma laqueadura”, ou seja, se nos mulheres não podemos contar nem com nossos direitos já garantidos, como poderemos contar com políticas publicas que ainda nem começaram a ser discutidas, e este assunto pede uma plebiscito já, nos somos as maiores interessadas e nossa opinião nem foi cogitada, as mulheres neste pais são tratadas feito cadelas nos hospitais onde sequer podem grunhir a dor de seu parto, sob ameaças, e isso ninguém vê, já passou da hora de alguém com um pouco de experiência nesta vida sofrida de mulher fundar um partido exclusivamente feminino para começarmos a falar sobre assuntos ate então ignorados, voltamos a viver na inquisição.

Agora o que eu acho realmente um absurdo é colocar a maconha em discussão, quer dizer a mulher não tem o direito de interromper uma gestação se isso se fizer necessário, mas pode futuramente se obrigar a dividir o espaço em sua casa com o filho fumando seu baseado legal.

Ah! Há alguns anos atrás vi uma noticia que traduz um pouco minhas opiniões particulares sobre o assunto, uma mulher teve que entrar com uma ação contra o estado do Paraná para a realização de uma cirurgia cardíaca sem a qual seu filho de poucos meses não sobreviveria, a cirurgia em questão somente era oferecida em redes particulares e era muito cara. Não dizem que o aborto é ilegal por que fere o principio constitucional de que todos têm direito a vida? E esta mãe teve que mover céus, terras e uma ação para garantir a vida do filho. É muita hipocrisia ou não é?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Um desafio á capacidade de educar

Sabe aquela historia batida de "fazer qualquer coisa só pra mostrar que esta fazendo", o famoso mostrar serviço, pois agora eles mexeram no vespeiro. O ECA (estatuto da criança e adolescente) é um conjunto de leis criada por um grupo de pessoas que na minha opinião nunca tiveram em suas costas o peso da responsabilidade de gerar, criar e educar um filho. São artigos que desafiam a própria lógica em que foram criadas e tentam ou melhor obrigam o pai a seguir por um caminho pré estipulado sob a afirmação de que este será o melhor caminho para seu filho, porem sem nenhuma responsabilidade previa sob o resultado daquilo que ditam, ou seja se seu filho se tornar uma pessoa de bem o sucesso é atribuído ao estatuto, se seu filho se tornar um marginal, vire se a responsabilidade é sua, você é o pai ou o famoso "quem mandou dormir sem calcinhas".
Digo isso por que um dia questionei minha mãe do porque das pessoas antigas como nossos avós terem tido tantos filhos, e minha mãe numa ignorância iluminada me disse que quantos mais filhos tinham, mais mãos para ajudar na lida, uma equação quase perfeita, eu digo quase por que o ECA hoje não permite que os filhos sejam imputados a ajudar seus pais qualquer que seja o serviço, os pais não podem mais contar com os filhos em qualquer atividade que façam, então de lá pra cá, o custo de vida aumentou, a qualidade da educação no Brasil desceu a ribanceira, a saúde é falida, trabalha se muito e ganha se pouco, o resultado disso tudo é que hoje temos crianças solitárias, por que os pais tem de trabalhar em um, dois empregos para poder cumprir com o estatuto, e a solidão cortante da nossa juventude é sanada na tentativa desesperada de ter companhia, atenção ou popularidade, aí sim amigos temos uma equação perfeita, jovens ociosos e solitários, para conseguir um pouco do que não tem em casa, acabam se embrenhando com péssimas companhias, drogas, internet, rua e outras cositas mas, não é uma regra mas quando acontece isso quem se reponsabiliza? se seu filho se vicia em algum tipo de droga onde você encontra espaços públicos de reabilitação, ou se ele toma uma bala perdida, ou se é sequestrado, estuprado... Um exemplo:
A obrigatoriedade quase ditadora do ECA cita em seus textos que “é obrigação dos pais garantirem a educação de seus filhos através das escolas e instituições publicas” e não cita que estas mesmas instituições deveriam veementemente arcar com o propósito pela qual foram criadas. Uma resolução no Brasil nunca deveria ser “obrigação”, pois é muito fácil obrigar os pais a garantir a saúde do filho e ao procurar os postos descobrir que não tem medico para atende lo, ou uma mãe acompanhar seu filho de dois anos internado por três dias e perder o emprego por tentar garantir a saúde do filho e honrar o amor que sente,vivemos num pais onde nada é garantido, para aqueles que pagam impostos, isso aconteceu comigo, onde estava os criadores do ECA para proteger, não a mim, mas o meu filho no momento em que fiquei desempregada, se apenas eu trabalhava na época e se o meu salário era o que garantia o cumprimento do estatuto.Agora em que o ECA vai completar 20 anos digo que não tenho nenhum motivo para acender as velinhas pois estão querendo proibir a palmada, será que daqui a pouco vai surgir uma lei que obrigue o governo a manter os filhos da sua pátria alimentados, vestidos e medicados, pois é só o que está faltando, Creio que o direito de educar é soberano, e que se se preocupassem em ensinar pra essa molecada de hoje o que, e quais são seus deveres eles aprenderiam a gozar e fazer bom uso dos direitos.Antigamente os dez, doze filhos da dona Maria não tinham tempo pra pensar em fazer besteiras; hoje o filho único da dona Cleuza se transformou em aviãozinho de traficante por que não tem nada pra fazer. E a geração do amanha, se educa na rua, se transforma em marginal sob a desculpa de uma pseudo proteção imputada por alguém  que responsabiliza pais trabalhadores, e não o estado.
Se é pra cumprir leis o exemplo deve ser dado pelo estado maior, e pelo soberano texto da constituição que diz que todos são iguais perante a lei. Saúde, segurança, emprego, atividades e educação decente é nosso direito e garanto que se as necessidades desse povo que paga impostos fosse considerada, pouco se teria motivo para levantar a mão para um filho, alem de que educar é uma prova de amor, e pra isso não precisamos de normas.

Pra terminar cito o livro “Utopia”, pois em minha opinião de mãe, e de cidadã brasileira acredito que só quem gerou, custeou suas fraldas, seu leite, suas roupas dividindo cada centavo gasto com o governo pode ditar a educação do filho, que qualquer que seja o resultado disso cairá na responsabilidade da pessoa que tanto se sacrificou por ele, e que muitos criminosos juvenis por ai poderiam ter desistido da carreira se tivessem tomado uma boa surra de cinto ou seja, o sistema ignora as leis que eles mesmos impõem e criam os ladrões para depois puni los. ( e consequentemente,"mostrar um pouco de serviço")




terça-feira, 8 de junho de 2010

Horário político

Atentos sobre os campos cultivados

De juras e promessas infundadas

Assim como o tempo passamos,

E não chegamos a lugar nenhum

Regando de tempos em tempos

Promessas sem fundamento algum

Brotos de inteligência,

Nas raízes da negligência,

Galhos de prosperidade,

Com folhas de inadimplência.

Entregue suas lavouras

Com mentes e mãos vazias

E ganharás, o pão bolorado

Alimento de cada dia.

O país entregue a injustiça

Desde os anos setenta

E é hoje no prato do pobre

A “palma” que os alimenta.

A política está entregue a maldade

Em suas intenções são relapsos,

Mas posam pra posteridade

Com bebezinhos nos braços.

Esta e a realidade

Do meu país varonil,

Estrela emergente

Pátria amada, Brasil.

Atitudes desencontradas,

Perdidas, confesso;

Escrever qualquer palavra

Menos ordem nem progresso.

A ordem, deixo pros States,

O progresso pra Dinamarca

Onde as coisas funcionam

Comparem com a nossa marca.

Pedintes e mendigos

Da era da eleição

Nossa esmola é o voto

Anulem a enganação

Eleitos nada os convém

A não ser nossos salários

Pra pagar passeios e mulheres

Nas costas de um povo otário

Essa é a realidade

Do meu país varonil

Estrela emergente

Pátria amada, Brasil

Impeachment, neles todos

Vão pra ponte que partiu,

O Raul que estava certo

Alugaram o Brasil...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Por favor...

Haverá sempre quem se vanglorie por vivermos num país seguro de tragédias naturais, haverá quem agradeça a Deus por estarmos dentro de um mundinho que “parece” tão distante de guerras nucleares, ou civis embora às vezes, parecendo ignorar as baixas diárias que se tornam números em estatísticas que mostram em gráficos coloridinhos o tamanho da guerra que vivemos diariamente neste país “abençoado” onde somos internacionalmente conhecidos por transformar tudo em “samba” ou “pizza”, mas como nos veríamos dentro de um mundo diferente, um mundo onde gritamos quase em vão por nosso melhor amigo que jaz debaixo de toneladas de escombros, ou quando olhamos desterrados, a escola onde nosso filho estudava, completamente demolida, e nos agarramos num fio de esperança de que ainda esteja vivo, ou quando escutamos o som apavorante de milhares de pessoas gritando desesperadamente e ao mesmo tempo exatamente pelo mesmo motivo, pelo corpo estilhaçado de seus pais jogados a distância, ou pelo filho que está debaixo da escola onde se sentia seguro, ou pelo colega de trabalho que você custa a acreditar que nunca mais verá, e por um segundo, apenas por um segundo você pensa e questiona a deus o porquê de você estar ali, por que não aconteceu com você e sim com seu filho, seus pais ou seu amigo, e depois daquele breve segundo em que tudo isso passa pela sua cabeça você se arrepende miseravelmente por que na verdade você “queria” estar vivo, e isso se torna uma imensa confusão e isso te abate de tal forma que você fatalmente acreditará que entrara num processo depressivo sem volta e pelo resto da vida você se sentira um miserável e culpado por não estar junto das pessoas que tanto ama e que se foram pra sempre e de igual forma se sentira um miserável por ter questionado a divina providencia de deus; então sua vida jamais será a mesma, e seu mundo jamais será igual...

Consegue imaginar?

Nossos irmãos do Haiti tão simples e tão pobres, vivendo o que está sendo apontado como a maior tragédia humana da história, não tem mais nomes nem sobrenomes, pois todos ali estão se dando à mão ignorando completamente quase tudo em prol do mais pitoresco e primitivo dos sentimentos humanos: “solidariedade” a arte de se ajudar, de se dar às mãos de “ser” o outro esquecendo seu próprio filho para ajudar a desenterrar o filho do outro.

Se conseguirmos de alguma maneira “ser” o outro talvez consigamos no mínimo reconhecer que talvez a nossa tragédia seja maior que a deles, pois se aprendêssemos a agir como eles estão agindo em meio as lagrimas talvez conseguíssemos evitar as nossas...

Repassem, encaminhem, divulguem este a todos aqueles que tiverem interesse em repassar também, se isto chegar às mãos de alguém que “possa” efetivamente ajudar com doações nas campanhas que já estão em vigência, este tempo que estou escrevendo já terá sido de grande valia, e aqueles que não puderem, mandem cartas, e-mails, recados, força ou esperança, às vezes saber que alguém se importa vale mais do que dinheiro.

Deus abençoe nossos irmãozinhos, e a todos nós.

Athena