sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Pais maus

Pais maus


Dr. Carlos Hecktheuer (Médico Psiquiatra)

O texto abaixo foi entregue pelo professor de Ética e Cidadania da escola Objetivo/Americana, Sr. Roberto Candelori, a todos os alunos da sala de aula, para que entregassem a seus pais.
A única condição solicitada pelo mesmo foi de que cada aluno ficasse ao lado dos pais até que terminassem a leitura.
O texto, a seguir transcrito, foi publicado, recentemente, por ocasião da morte estúpida de Tarcila Gusmão e Maria Eduarda Dourado, ambas de 16 anos, em Maracaípe - Porto de Galinhas. Depois de 13 dias desaparecidas, as mães revelaram desconhecer os proprietários da casa onde as filhas tinham ido curtir o fim de semana. A tragédia abalou a opinião pública e o crime permanece sem resposta.
Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu lhes direi:
- Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
- Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
- Eu os amei o suficiente para lhes fazer pagar as balas que tiraram do supermercado, ou revistas do jornaleiro, e lhes fazer dizer ao dono: "Nós tiramos isto ontem e queremos pagar".
- Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
- Eu os amei o suficiente para lhes deixar ver, além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento, e também as lágrimas nos meus olhos.
- Eu os amei o suficiente para lhes deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
- Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para vos dizer NÃO, quando sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos, até odiaram).
Estas foram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque, no final vocês venceram também! E qualquer dia, quando os meus netos forem crescidos o suficiente entenderão a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se os seus pais eram maus, os meus filhos lhes dirão:

"Sim, nossos pais foram maus. Foram os piores do mundo... As outras crianças comiam doces no café, e nós só tínhamos que comer cereais, ovos, torradas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvetes durante o almoço, e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. Nossos pais tinham que saber quem eram os nossos amigos, e o que nós fazíamos com eles”.
"Insistiam que lhes disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nossos pais insistiam sempre conosco para que lhes disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade”.
“E quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata"!
"Nossos pais não deixavam nossos amigos buzinarem para que saíssemos; tinham que subir, bater na porta, para que nossos pais os conhecessem”.
“Enquanto todos podiam voltar tarde da noite, aos 12 anos de idade, tivemos que esperar pelo menos, 16, para chegar um pouco mais tarde, e aqueles chatos levantavam para saber se a festa foi boa (só para verem como estávamos ao voltar)".
"Por causa dos nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência”.
“Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime".

“FOI TUDO POR CAUSA DOS NOSSOS PAIS!"

"Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o melhor para sermos "PAIS MAUS", como eles foram. EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE:

“NÃO HÁ PAIS MAUS SUFICIENTES”!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Transtornos


Trantorno


Cego sonho nefasto, o que parecia amor...
Rebento de tanta alegria, planta regada com lagrimas e desgosto...
Pobre de mim, pobre de nos...
Malfadada dádiva, querem todos e ninguém a tem.
Ninguém me tem, não por inteiro, pois parte de mim, aquela parte
A que carrega o dna do que sou, permanece sempre insone,
Imune a pseudo magia, força negra que cega, destrói e corrompe
graça gratuita e virulenta que nos transforma em idiotas e imbecis,
ignorantes e no fim das contas; tristes.
Então quando a força te abandona, espalha seu pus fétido, infectado e nefasto pelo mundo, maquiado de alegria falsa, travestido de ilusão pura.
Sorte tem os imunes as ilusões do vírus doentio e gracioso; o que chamam de amor, pra mim é doença que cega, impossibilita, e mata os incautos inocentes que se deixam levar por seus sintomas e sentimentos.
É a doença do século.
Incurável
Violenta
Insana
Inútil

                                             Athena